O INVENTÁRIO DO MUNDO

===========================================================================================================================================================Fãs da obra de Bispo do Rosário. Bem vindos para ver coisas que considero legais; uma extensão de mim; meus pensamentos e gostos, simplesmente eu: T.MARIA ; tome como verdade o que lhe convém. =========================================================================================================================================================== Uma voz é ouvida pelo homem negro, pobre, estigmatizado, preso numa cela de manicômio. Ele é Arthur Bispo do Rosário. A voz transforma a sua realidade, dá-lhe o tamanho gigante que tem, ordena que ele mude seus dias até seu encontro com Deus. E Arthur transmuta a miséria em riqueza e cor, em fé e sonho. Este Blog retrata a vida, o processo de loucura e a criação artística de Bispo do Rosário, sergipano que viveu por cinco décadas internado em hospitais psiquiátricos, diagnosticado como esquizofrênico. Seu talento artístico e sua obra surpreendente foram descobertos no início dos anos 80 e ganharam repercussão internacional. O que se tem aqui é a história de um homem que se situa entre o mito e a realidade. Com o Manto da Apresentação Bispo do Rosário queria ser enterrado, para estar vestido com a história de sua vida ao chegar à presença de Deus, no grande dia, no dia em que esse corpo atravessaria a matéria e poderia enfim transcendê-la. Transcender a brutalidade que mora na matéria, na condição de vida-morte imposta à sua matéria. O fato de haver tantas fragilidades em sua memória torna ainda mais importante conhecer da história de Bispo. Seja em museus, cordéis, sites, filmes, livros, músicas e o que mais houver, assim preservar sua memória.

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quarta-feira

100 ANOS DA COLONIA JULIANO MOREIRA - FAZENDA DA BARONESA DA TAQUARA

 

Fazenda Baronesa da Taquara - Jacarepaguá em meados de 1594

Engenho da Taquara

Outras Designações: Fazenda da Baronesa; Engenho de Dentro 
Século: XVIII
Ano: Indeterminado
País: Brasil
Autor / Mestre / Construtor: Admite-se que o brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim possa ter participado da reedificação do século XVIII.
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Latitude/Longitude - 22. 9222,- 43. 3826

Enquadramento Urbano e Paisagístico

A casa está em amplo terreno arborizado, remanescente da antiga fazenda. O entorno é altamente urbanizado, composto principalmente de casas de até dois pavimentos, e alguns edifícios baixos.

Morfologia e Composição

A casa é térrea em sua maior parte, com sobrado parcial que ocupa o módulo central da faixa fronteira. A entrada acontece pela varanda, através de três escadas, uma central e duas laterais. A planta desenvolve-se em torno de um pátio central, com amplo telhado de telhas de barro tipo capa e bica. A fachada principal é voltada para o nordeste. A capela ocupa edifício anexo, ligado ao principal por um pequeno corpo recuado.

Fachada Principal

A fachada principal é composta pela varanda sustentada por colunas toscanas de alvenaria, interrompida no módulo central por cinco arcos plenos encimados por duas janelas de peitoril e três de sacada de construção posterior. Neste trecho o telhado de telhas de barro é encoberto por platibanda.

Fachadas Secundárias

A fachada lateral evidencia a modificação do telhado original de duas águas para a ampliação da casa em direção aos fundos. As janelas são de verga reta, e uma porta dá acesso à zona de serviços.

Pormenores

Portal de entrada. O acesso ao interior se dá pelo arco central, por meio da escada de planta semicircular. Janelas e pormenores decorativos. As portas e as janelas de peitoril têm vergas retas, sendo estas de guilhotina, com folhas externas de proteção. As três sacadas têm grades de ferro. As colunas toscanas, que sustentam o telhado da varanda, são em alvenaria, de seção circular, assentes sobre bases de seção quadrada ligadas por alvenaria. As colunas do pátio central são mais simples, de seção quadrada.

Bibliografia

BIENE, Maria Paula Van. A arquitetura das casas-grandes remanescentes dos engenhos de açúcar no Rio de Janeiro setecentista. Disponível em: . Acesso em: 9 de outubro de 2013.

PEIXOTO, Silvia Alves. Jacarepaguá, A "Planície dos muitos engenhos": uma arqueologia do sertão carioca, Rio de Janeiro, século XVII ao XIX. Tese (Doutorado em Arqueologia) - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, 2019.

RUDGE, Raul Telles. As sesmarias de Jacarepaguá. São Paulo: Kosmos, 1983.

Cronologia e Proprietários

1635 – Em 15 de fevereiro Salvador Correia de Sá e Benavides vende a fazenda a João Rodrigues Bravo. Tabelião Jorge de Sousa (Local de realização da venda da propriedade).

1637 – Em 11 de março João Rodrigues Bravo vende um terreno a André Vila Lobos da Silveira com 1150 braças de testada para o “caminho real que vai do Engenho d' Água do General Salvador Correia”, que é hoje a rua Geremário Dantas e que ia do “sertão até as encostas do morro Baitaquara, vertente oriental do Maciço da Pedra Branca".

1648 – Em 23 de maio a viúva de André Vila Lobos da Silveira, dona Izabel do Souto Maior vende a propriedade a André Tavares. 

1648 – Em 24 de maio André Tavares vende o engenho ao Padre Domingos da Silveira Souto Maior, filho de Izabel. 

1652 – Em 11 de junho Padre Domingos vende o engenho por escritura ratificada a Antônio da Silveira Vila Lobos, seu irmão, e Diogo Lobo Teles, seu cunhado.

1655 – Em 2 de dezembro a venda é anulada. Parte da propriedade de Diogo Lobo Teles é vendida ao padre Francisco da Silveira Vila Lobos.

1657 – Em 21 e 23 de junho, duas partes da propriedade foram reunidas de novo em venda ao padre Domingos da Silveira Souto Maior. O mesmo padre vende o engenho ao primo Antônio de Andrade Souto Maior.

1658 – Em 1 de novembro Antônio de Andrade Souto Maior vende 300 braças a Francisco Teles de Barreto, filho de Diogo Lobo Teles. Durante 60 anos o engenho fica dividido em dois. Sucedeu-o o filho Luis Teles Barreto. A outra parte do engenho ficara com Antônio de Andrade Souto Maior. A viúva de Luís, dona Maria Pimenta, casou em segundas núpcias, com Egas Muniz Telo.

1680 – Egas falece, o engenho fica em proporções que variaram para Maria Pimenta, seus filhos e genro. A propriedade passou a se chamar Engenho de Dentro.

1716 – Em 21 de julho os herdeiros de Egas vendem o Engenho de Dentro a Antônio Teles Barreto de Menezes, que já tinha 330 braças. “Umas terras sitas em Jacarepaguá que foram engenho, nas quais está ainda a casa do engenho e casa de vivenda coberta de telhas, já danificada.” (RUDGE: 1983).

1738 – Antônio Teles de Menezes edifica no Engenho de Dentro, casas de vivenda e a capela da Santa Cruz. "Uma data de terras de engenho chamado de Dentro, e é em que se acha situada a casa de Engenho de Santa Cruz e as de vivenda que todas são 1500 braças de testada e de sertão e atendendo ao estado em que se acham na forma de seus títulos e a uma capela de pedra e cal e barro em parte por acabar, com todos os preparos para se dizer missa, avaliam, cada braça em 4.800 réis".

1745 – As casas da família Teles de Menezes, na Praça XV, são reconstruídas pelo brigadeiro Alpoim. Admite-se que ele tenha também trabalhado na casa do engenho.

1757 – Em 28 de abril falece Antônio Teles de Menezes, seu herdeiro foi Francisco Teles Barreto de Menezes. Na relação do Marquês de Lavradio (1779) os dois engenhos aparecem como Engenho Velho e Engenho Novo da Taquara (o original Engenho de Dentro e o Novo).

1806 – Em 13 de dezembro Francisco Teles Barreto de Menezes falece, e deixa um filho Luiz Teles Barreto de Menezes e cinco filhas. O Engenho da Taquara fica para Ana Inocencia Teles de Menezes, Ana Maria Teles Barreto de Menezes e Francisco Pinto da Fonseca (1836). 

1882 – Em 4 de outubro Francisco Pinto da Fonseca Teles recebe o título de Barão de Taquara.

Proprietário atual: Descendentes do Barão de Taquara.

Documentação

Demarcação da Fazenda da Taquara feita em 1880. Acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, disponível em PEIXOTO, 2019. 


Descrições antigas “Uma morada de casas de vivenda no engenho da Taquara com seu sobrado no meio que tem de frente 187 palmos e fundos 77; no meio dessa quadra um sobrado com 76 palmos de largo e fundos 56; uma formação na frente uma varanda toda ladrilhada de tijolo, com seus assentos arcos e colunas e outra dita varanda no sobrado também com suas colunas; as paredes dos lados e algumas divisões de pedra e barro até a altura do vigamento, com três salas embaixo e vários quartos de acomodação, todos forrados, menos um; e a dita varanda na extensão do sobrado também forrada e com vários ladrilhos e soalhos, a varanda de dentro também ladrilhada, com dois armários dentro da parede; e no sobrado dois quartos forrados com seus armários de cantarias; os seus lados, fundos e divisões frontais de tijolo com suas janelas de madeira para o lado e fundos; no fundo da varanda inferior o pátio que tem de largo 104 palmos, e de fundo 62, também ladrilhado de tijolo; em toda a roda deste pátio, 9 quartos de acomodação e sua cozinha com dois fornos e seu fogão; assim mais uma casa de fazer farinha, na frente desta casa de vivenda um terreiro com 286 palmos de frente e fundos 80 palmos, mais outro dito a um lado com largura de 77 palmos e fundos 46, e outro dito na parte da igreja, que tem de largo 31 palmos e fundos 50, tudo ladrilhado de tijolo, e vários assentos com seus encostos e suas pirâmides; a dita casa de vivenda está precisada de reforma e é avaliada em 1:841 $600 reis.” (RUDGE: 1983, p. 95-96).

Observações

Tombada pelo IPHAN – 30 de julho de 1938 – insc. nº 197, Livro de Belas Artes. insc. nº 094, livro histórico.







































































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