SECRETARIA ESTADUAL DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA APRESENTA
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Rodrigo Sini
Suburbano vindo diretamente da Zona Oeste, Rodrigo Sini desenha desde criança. Em sua adolescência, entrou em contato com as manifestações artísticas de rua através da pichação, onde espalhou seu nome nos muros de Padre Miguel e de outros bairros do Rio de Janeiro.
A partir de 2001, Sini começa a transição de pichação para o graffiti através das relações com outros artistas locais, como Pablo Boris, que o apresentou para o universo da arte de rua. Abordando a temática de retratos da infância negra constantemente, o artista reúne crianças para produzirem e deixarem sua arte no muro junto a ele, incentivando assim, os pequenos á sensibilidade artística.
A carreira profissional de Sini teve início na saúde mental, quando cursava pintura na escola de Belas Artes da UFRJ. Sini levou sua arte para diferentes CAPS, durante mais de 10 anos passando pelos CAPS Rubens Corrêa, Maria Clara Machado, Antônio Carlos Mussum e Linda Batista.
"Eu trabalhei aqui durante muito tempo como oficineiro de arte no CAPS AD. Hoje, retornar para fazer esse trabalho através do Museu é uma honra. A primeira ideia que veio foi de contar uma história do bairro através do Grafitti. Assim, começaram a surgir os esboços, algumas partes do local, as referências que marcam esse lugar até hoje." - Rodrigo Sini
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Ju Angelino
Cria e moradora do morro do Dendê, na ilha do governador, Ju Angelino é multiartista e estudante de pintura na Escola de Belas Artes, na UFRJ. Ju começou profissionalmente no meio artístico na Ong Spectaculu, trabalhando com adereços e a partir daí se envolveu profissionalmente com cenografia de shows, audiovisual, teatro, etc.
Sua ligação com o carnaval está presente em sua arte, sempre pensando em como traduzir visualmente os enredos em suas obras. Durante três anos de sua trajetória artística atuou como aderecista na Cidade do Samba pela GRES União da Ilha @uniaodailha e pela Imperatriz Leopoldinense @gresil.
No início deste ano trabalhou junto a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, atual campeã carioca, na alegoria "Reinado Catiço", após um período longe dos barracões devido a pandemia. Sua ideia era fazer uma intervenção na estrutura dos Arcos da Lapa, cenário do Povo de Rua e representar a noite carioca. Atualmente têm se dedicado especialmente à pintura.
"Já venho trabalhando com a rosa há algum tempo e queria fazer esse encontro com meu trabalho e o trabalho do Bispo, a partir da poética das linhas trazer isso, é uma coisa que não faço muito, geralmente venho "chapando" de cor inteira, trabalho muito com pincel também, quis fazer predominantemente spray, facilita o movimento, o graffiti é isso, a arte mais imediata no processo da pintura. Estou descobrindo outras coisas, cada dia que volto para casa tenho uma ideia, não só de processo da pintura, mas da poética." - Ju Angelino
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Thaís Iroko
É arte educadora, artista autodidata e cria do complexo do Chapadão. Desde 2018 através do graffiti, lugar onde se entende como arte educadora, trabalha intensamente com escolas, oficinas de graffiti e revitalização de espaços públicos, em Irajá, Costa Barros, Baixada e muitos outros, sempre atuando na rua e estreitando seu relacionamento com os moradores dos territórios.
Integrante do Coletivo Trovoa e uma das idealizadoras da coletiva de arte Preta Pinta Preta, Thaís também foi bolsista no Parque Lage em 2019. No Ateliê 397, em 2020, em meio a pandemia, desenvolveu sua poética e prática artística e entendendo a relação do graffiti com a arte contemporânea. Atualmente, transitando entre a poesia e a pintura, a artista retrata Stella do Patrocínio nos muros ao redor da cela onde Arthur Bispo do Rosário esteve internado durante grande parte de sua vida.
"Fiquei com vontade de falar sobre ela porque sei que tem bem menos popularidade que Bispo. A ideia era fazer esse muro de palavras, com as poesias, do falatório, com a grafia do Bispo. Fiquei com a sensação de que poderia ser eu, a história dela poderia ser a de qualquer mulher preta. Gosto muito de poesia, trabalho com palavra. Palavra para mim é uma coisa muito cara, então toda questão do falatório, de ser prolixo mas fazer sentido é muito consciente, não tem nada de loucura, é são. (A pintura) É uma forma de dar voz principalmente para a comunidade, colocar na rua, tornar público. Ela representa uma mulher que foi silenciada, violentada. Uma mulher que eu gostaria de ecoar, falar junto a ela." - Thaís Iroko
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Guilherme Kid
Cria de Realengo, @guilherme_kid d tem a Zona Oeste tatuada na pele. O artista tem em seu repertório elementos característicos do subúrbio do Rio de Janeiro.
Nascido em 1991, Kid teve seu primeiro contato com o grafitti em 2009, através da Igreja Pingo D'Água, influenciado por membros locais e do líder Cety Soledad @cetysoledad, seu mestre e amigo.
O artista esteve afastado dos muros durante um período, mas em 2012 retomou sua trajetória com pinturas em preto e branco, que daria início a sua estética atual. Sentindo a necessidade de retratar a periferia ao seu redor, o grafiteiro começa a reproduzir o seu universo em suas obras. Desde então sua arte fica caracterizada pelo conteúdo social e por sua marcante estética na hora de compor as cores.
No início desse ano pudemos ver sua arte junto a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, atual campeã carioca, na alegoria "Folia Exusíaca", em um painel de mais de 6 metros de altura. Kid homenageia Joãzsinho 30, um ídolo do samba, em uma menção ao desfile de 1989 da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, "Ratos e Urubus... Larguem Minha Fantasia". Experenciar esse universo carnavalesco, rico, de viver o barracão, foi um dos trabalhos mais incomuns que já realizou.
Atualmente está retratando Bispo do Rosário através do edital Rua Cultural, nos muros que contornam a cela onde Bispo produziu a maior parte de suas obras, no bairro da Colônia.
"Eu acho que a arte urbana e o graffiti tem esse propósito de ressignificar o espaço. E isso aqui é um lugar que não era pra ter existido, um lugar de muito sofrimento, racismo, sofrimento causado pela questão do racismo totalmente, dessa ideia muito feroz, muito agressiva de limpeza social. Isso aqui é uma forma de retratar uma pessoa que foi muito importante e de ressignificar o espaço. É esse o meu sentimento, sabe? E o Bispo era... não consigo muito descrever o que era o Bispo, mas era de uma genialidade... é incrível, tô gostando pra caramba" - GuilhermeKid
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No dia 22 de outubro de 2022, o projeto "Se essa rua fosse de Bispo do Rosário" dará uma grande festa para comemorar a inauguração de um mural artístico realizado em toda a extensão do muro que cerca o pavilhão onde viveu o artista Arthur Bispo do Rosário, na Colônia Juliano Moreira. O espaço guarda a memória de um dos artistas brasileiros de maior importância na contemporaneidade, com reconhecimento nacional e internacional. Na cela do Pavilhão 10 do Núcleo Ulisses Vianna, o artista produziu milhares de objetos a partir de sucatas e materiais que encontrava pelos pátios do hospício. Um dos quartos-fortes ainda guarda desenhos de embarcações que realizou nas paredes, tombados pelo IPHAN em 2018 - junto com o conjunto de sua obra -, reafirmando a importância do bem arquitetônico localizado no centro do terreno. Ao longo dos meses de setembro e outubro, os artistas Guilherme Kid (@guilherme_kid), Ju Angelino (@ju_angelino), Rodrigo Sini (@rodrigosinirodrigosini) e Thaís Iroko (@princesinhaperiferica) realizaram pinturas e grafites no muro de 432 metros que cerca e protege o terreno. Através da arte, este projeto revitaliza toda a área em volta da cela de Bispo, dando um abraço simbólico neste espaço de preservação da memória local. O evento contará com uma feira de empreendedores e atrações culturais locais.
Programação
Data: 22/10
Horário: 17h
Apresentação: Fernanda Otoni (@fernandaoa)
Bloco Império Colonial
DJ BOMBS (@cheybombsselecta)
Ilumina ZO (@iluminazonaoeste) apresenta COLETIVO RUA (@r.u.a)
DJ ROGER (@roger.procult)
Roda de Samba Mulheres da Zona Oeste (@sambadasmulhereszo)
Roda Cultural de CDD - Edição Especial (@@rccdd_)
Rua Sampaio Correia, S/N, Taquara (ao lado da EDI Arthur Bispo do Rosário)
"Se essa rua fosse de Bispo do Rosário" tem apoio do Museu Bispo do Rosário, do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, do Projeto Ilumina Zona Oeste e da Subprefeitura de Jacarepaguá.
Convidamos os artistas os artistas @guilherme_kid @princesinhaperiferica @ju_angelino @rodrigosinirodrigosini e @guilherme_kid para produzir uma pintura colaborativa nos murais que rodeiam o antigo Pavilhão Ulisses Viana, local onde fica a cela onde Bispo viveu e criou a maior parte de suas obras