Em nova exposição, Bispo do Rosário como ícone da resistência negra
Mostra ‘Quilombo do Rosário’ traz peça nunca exibida e diálogo com artistas contemporâneos
Carolina Callegari
27/08/2018 - 12:30
Algumas peças em exposição remetem ao Engenho de Nossa Senhora dos Remédios, que ocupava o terreno da Colônia Juliano Moreira até 1912
Algumas peças em exposição remetem ao Engenho de Nossa Senhora dos Remédios, que ocupava o terreno da Colônia Juliano Moreira até 1912 Foto: Agência O Globo / Pedro Teixeira
RIO — Criativo, capaz de dotar qualquer objeto de muitos significados, Arthur Bispo do Rosário tem mais uma de suas facetas mostrada em uma nova exposição. O museu que leva seu nome, na Colônia Juliano Moreira, na Taquara, recebe até 1º de março de 2019 a mostra “Quilombo do Rosário”. O projeto, em desenvolvimento desde 2016, tem como foco a produção do artista com referências à cultura negra.
A obra “África de Bispo” foi restaurada no Museu Nacional de Belas Artes, onde era mantida desde 1997. O mapa será apresentado ao público pela primeira vez, e foi a peça que direcionou a montagem da exposição no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. A história da colônia — onde até 1912 funcionou o Engenho de Nossa Senhora dos Remédios — também norteia a mostra, aponta a diretora do museu, Raquel Fernandes.
— Nós nos deparamos com o mapa da África feito pelo Bispo e fizemos a exposição partir dessa cartografia. Buscamos paralelos entre os negros escravizados que criaram os quilombo e o grande contingente que vinha parar aqui (no manicômio), em sua maioria, negros. Como não ver a obra de Bispo como uma forma de resistência a isso tudo? — indaga.
Foto: Agência O Globo / Pedro Teixeira
Elementos do engenho estão representados na mostra, como o noinho de cana-de-açúcar Foto: Agência O Globo / Pedro Teixeira
Ainda hoje estão preservados no terreno da colônia construções antigas, como um aqueduto, a casa do antigo moinho e uma capela. Peças do artista inspiradas em instrumentos de trabalho usados no engenho — como moinhos de cana e carros de boi — também estão na exposição, assim como obras de Stela do Patrocínio e Antonio Bragança, internos contemporâneos de Bispo. Pode ser vista ainda a produção de artistas e coletivos da atualidade, como Rosana Paulino, Sonia Gomes, Atelier Gaia e Mulheres de Pedra.
Para a abertura da exposição, ontem, estava prevista uma programação cultural diversificada, incluindo jongo, cortejo, capoeira, conversas sobre a identidade negra e feijoada. O museu estuda repeti-la mensalmente, enquanto “Quilombo do Rosário” estiver em cartaz
POST ORIGINAL
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-08/museu-no-rio-expoe-obra-inedita-de-bispo-do-rosario
O INVENTÁRIO DO MUNDO
===========================================================================================================================================================Fãs da obra de Bispo do Rosário. Bem vindos para ver coisas que considero legais; uma extensão de mim; meus pensamentos e gostos, simplesmente eu: T.MARIA ; tome como verdade o que lhe convém.
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Uma voz é ouvida pelo homem negro, pobre, estigmatizado, preso numa cela de manicômio. Ele é Arthur Bispo do Rosário. A voz transforma a sua realidade, dá-lhe o tamanho gigante que tem, ordena que ele mude seus dias até seu encontro com Deus. E Arthur transmuta a miséria em riqueza e cor, em fé e sonho. Este Blog retrata a vida, o processo de loucura e a criação artística de Bispo do Rosário, sergipano que viveu por cinco décadas internado em hospitais psiquiátricos, diagnosticado como esquizofrênico. Seu talento artístico e sua obra surpreendente foram descobertos no início dos anos 80 e ganharam repercussão internacional. O que se tem aqui é a história de um homem que se situa entre o mito e a realidade. Com o Manto da Apresentação Bispo do Rosário queria ser enterrado, para estar vestido com a história de sua vida ao chegar à presença de Deus, no grande dia, no dia em que esse corpo atravessaria a matéria e poderia enfim transcendê-la. Transcender a brutalidade que mora na matéria, na condição de vida-morte imposta à sua matéria. O fato de haver tantas fragilidades em sua memória torna ainda mais importante conhecer da história de Bispo. Seja em museus, cordéis, sites, filmes, livros, músicas e o que mais houver, assim preservar sua memória.
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OBRA 'AFRICA DE BISPO' EXPOSIÇÃO QUILOMBO DO ROSÁRIO
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