O INVENTÁRIO DO MUNDO

===========================================================================================================================================================Fãs da obra de Bispo do Rosário. Bem vindos para ver coisas que considero legais; uma extensão de mim; meus pensamentos e gostos, simplesmente eu: T.MARIA ; tome como verdade o que lhe convém. =========================================================================================================================================================== Uma voz é ouvida pelo homem negro, pobre, estigmatizado, preso numa cela de manicômio. Ele é Arthur Bispo do Rosário. A voz transforma a sua realidade, dá-lhe o tamanho gigante que tem, ordena que ele mude seus dias até seu encontro com Deus. E Arthur transmuta a miséria em riqueza e cor, em fé e sonho. Este Blog retrata a vida, o processo de loucura e a criação artística de Bispo do Rosário, sergipano que viveu por cinco décadas internado em hospitais psiquiátricos, diagnosticado como esquizofrênico. Seu talento artístico e sua obra surpreendente foram descobertos no início dos anos 80 e ganharam repercussão internacional. O que se tem aqui é a história de um homem que se situa entre o mito e a realidade. Com o Manto da Apresentação Bispo do Rosário queria ser enterrado, para estar vestido com a história de sua vida ao chegar à presença de Deus, no grande dia, no dia em que esse corpo atravessaria a matéria e poderia enfim transcendê-la. Transcender a brutalidade que mora na matéria, na condição de vida-morte imposta à sua matéria. O fato de haver tantas fragilidades em sua memória torna ainda mais importante conhecer da história de Bispo. Seja em museus, cordéis, sites, filmes, livros, músicas e o que mais houver, assim preservar sua memória.

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quinta-feira

Arlindo Oliveira (RJ, *1951+2024-11-20)



REGRESSO: 2024

TÍTULO ATRIBUIDO: Ateliê Gaia

O Ateliê Gaia, situado na Colônia Juliano Moreira, é um programa do Museu Bispo do Rosário voltado para artistas visuais que foram, no passado, usuários de saúde mental.
O espaço é gerido coletivamente pelos artistas com o apoio e acompanhamento da curadoria geral e pedagógica do Museu.
Atualmente integram o Ateliê Gaia os artistas André Bastos, Arlindo Oliveira, Clovis Aparecido, Leonardo Lobão, Luiz Carlos Marques, Patrícia Ruth, Pedro Mota, Victor Alexandre, Rogéria Barbosa e Sebastião Swayzzer.

ARTISTAS: Arlindo Oliveira

Arlindo Oliveira (RJ, *1951+2024-11-20)
Um dos destaques do Ateliê Gaia, Arlindo é conhecido por realizar uma pesquisa estética única com materiais diversos encontrados em suas caminhadas pela região de Jacarepaguá. Reúne objetos e matérias descartadas, numa miríade de cores e arrumação de formas que, no primeiro olhar sobre esse ajuntamento, pode parecer caótico. É ação obsessiva de um artista ‘lunático’ que nas suas andanças procura por materiais que em suas mãos são transformados em arte.
Através da utilização de suportes e materiais variados, Arlindo harmoniza os elementos que formam os seus trabalhos, agregando sons, luzes e cores de forma excepcional.
O que faz é revitalizar e dar novos sentidos aos descartes da sociedade contemporânea.
(RICARDO RESENDE, Curador do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea)

TÉCNICA: ---

DIMENSÕES: ---

MATERIAIS: ---

ACERVO: ---

DATA: 26 09 2024

LOCAL: Rio de Janeiro

OBS.:
1 - Todas as peças estão a venda na Loja B
Contatos
(21) 3432-2402
contato@museubispodorosario.com
Endereço
Estr. Rodrigues Caldas, 3400 – Taquara, Rio de Janeiro/RJ - CEP: 22713-375
Dias e Horário de Funcionamento
Terça-feira a sexta-feira 10h às 17h.



“Minha loucura é ser artista”

Notícia

7 outubro 2019

“Minha loucura é ser artista”

No primeiro andar do Museu Bispo do Rosário, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, Arlindo, de 56 anos, observa com brilho nos olhos quem passa pela porta de entrada. Fica ansioso para mostrar às pessoas algumas de suas obras, que agregam sons, luzes e cores de forma excepcional. São peças de artes plásticas, nas quais ele utiliza suportes e materiais variados, mas principalmente madeira. 

Arlindo Oliveira da Silva é morador, há mais de 40 anos, da Colônia Juliano Moreira, local com diferentes unidades de saúde mental cuja gestão é realizada pelo CIEDS em convênio com a Prefeitura do Rio. A área abriga, entre outros espaços, o museu Bispo do Rosário, onde ele expõe seus trabalhos. 

Sua voz e expressão firmes parecem mostrar um senhor comum de meia-idade, porém, após poucos minutos de conversa, revela-se sua história excepcional, permeada por adversidades, superação, amor pela vida e pela arte.  

Quando tinha 12 anos, sua mãe o deixou na colônia psiquiátrica, alegando que o jovem havia sofrido uma crise e não tinha condições de cuidar dele. Até hoje, ele tem pouco contato com a família – a mãe já é falecida, não tem notícias de seu pai, enquanto os irmãos o visitam com frequência esporádica.

Como efeito da Reforma Psiquiátrica no Brasil, Arlindo e outros pacientes ganharam autonomia para entrar e sair da Colônia em meados dos anos 2000. O local, então, passou a ter o nome de Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, reorientando o modelo de assistência e dando lugar à desinstitucionalização, uma abordagem humanizada, com garantia de direitos, incentivo à autonomia e à reinserção social.

Foi nesse momento que Arlindo decidiu aprender a “se virar” sozinho. Usufruindo da liberdade recém-conquistada, passava horas na rua recolhendo materiais recicláveis e revendia para um ferro-velho próximo. Depois de algum tempo, percebeu que poderia dar outro fim para aqueles apetrechos. Resgatou toda a imaginação contida por anos entre as quatro paredes dos pavilhões da Colônia e depositou em suas criações.

“Comecei com um pedaço de tábua de caixote, tentei fazer algo com aquilo, mas na primeira vez não deu certo. Peguei outro e já comecei a montar uma peça. Então, catei muita madeira, depois construí um avião, depois um barco, depois uma casinha, depois uma capela. Fui me animando a produzir cada vez mais.”

Paralelas à história de Arlindo, aconteceram tantas mudanças na política de saúde mental que o Instituto Juliano Moreira também foi inspirado a não parar. A unidade passou a investir em uma ferramenta cada vez mais usada no tratamento de transtornos psicológicos: a arte. Arlindo integrou o Atelier Gaia, uma das várias oficinas que acontecem no instituto. Ele e seus colegas, também da Colônia, fazem artesanato, pintura e modelagem. 

Essas atividades não foram implementadas apenas para servir de mera expressão cultural, mas para atuarem como importantes técnicas terapêuticas. Elas são suportes que contribuem para dar forma às emoções, abrindo lugar para as potencialidades e criatividade de cada um. Os trabalhos produzidos pelos pacientes podem ser observados de modo a permitir um acompanhamento dos processos psíquicos, onde é possível encontrar conexões entre a situação emocional vivida por eles e o que é produzido pelo seu inconsciente, sendo materializado em suas criações.

Em meio a vários itens da exposição, as peças de Arlindo chamam a atenção dos visitantes. A reação deles é mais ou menos a mesma: os adultos lançam um olhar curioso, como qualquer frequentador assíduo de museus, mas quem gosta mais mesmo de suas peças são as crianças. 

“Imagino que elas devam adorar, porque tudo que eu faço é bem colorido. Uso também luzes e alguma coisa que faça som, de preferência imitando o objeto real que inspira minhas peças.”

Arlindo conta que suas criações são também uma forma de renda, garantindo um pouco mais de dinheiro durante o mês. Ele já chegou a vender um carrinho por R$150 a uma funcionária pública que visitava a Colônia para um trabalho e resolveu presentear o filho com uma das suas obras em exposição. “Em vez de ficarem expostas, minhas peças vão saindo. Se a pessoa não puder comprar naquele momento, eu reservo o que ela gostou, salvo o número de celular dela e combinamos depois um dia para vir buscar.” 

No meio da conversa, ele olha de relance para a imagem de Arthur Bispo do Rosário em um cartaz na entrada. A figura que dá nome ao museu foi um paciente célebre da Colônia Juliano Moreira, onde realizava, assim como Arlindo, diversos trabalhos com materiais rudimentares, transformando-os em justaposição de objetos e bordados. Suas criações fizeram tanto sucesso que ainda hoje, anos depois de sua morte, têm reconhecimento internacional e rodam exposições do mundo todo.

“Eu conheci o Bispo do Rosário, a gente se dava bem, meu quarto era do lado do dele no pavilhão. Acho que tínhamos muito em comum, nós dois fomos tratados como loucos, quando, na verdade, somos artistas incompreendidos.”

Em seguida, Arlindo olha as horas e se despede. Explica que precisa ir até a farmácia, pois se lembrou de que precisa tomar um dos remédios para controlar a pressão. Conta, orgulhoso, que não toma mais medicamentos psicotrópicos. “Eu te falei: não sou louco, minha loucura é ser artista.”

https://www.cieds.org.br/noticia/minha-loucura-e-ser-artista

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Vídeo: Entrevista com Arlindo Oliveira no atelier Gaia, 2017.

https://vimeo.com/210271261?share=copy

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2022



Obra O homem da capoeira – 2021
Acrílica sobre madeira
60 x 30


2021

O índio pataxó 2
30×40


2015

Obra Sem titulo, 2015
Acrílica sobre tela e aplicação de linha
30×20




Arlindo Oliveira, artista do Atelier Gaia e Diana Kolker, curadora pedagógica do Museu Bispo do Rosário, junto às obras de Arlindo. ==========



























Patrícia Ruth


 REGRESSO: 2024

TÍTULO ATRIBUIDO: Ateliê Gaia

O Ateliê Gaia, situado na Colônia Juliano Moreira, é um programa do Museu  Bispo do Rosário voltado para artistas visuais que foram, no passado, usuários de saúde mental.

O espaço é gerido coletivamente pelos artistas com o apoio e acompanhamento da curadoria geral e pedagógica do Museu.

Atualmente integram o Ateliê Gaia os artistas André Bastos, Arlindo Oliveira, Clovis Aparecido, Leonardo Lobão, Luiz Carlos Marques, Patrícia Ruth, Pedro Mota, Victor Alexandre, Rogéria Barbosa e Sebastião Swayzzer.

ARTISTAS:  Patricia Ruth ( Belém-PA 1953)

Patricia Ruth de Souza Nunes é uma artista multimídia. Nascida em Belém do Pará, em 1953. Morou em vários estados do Brasil, como Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro, onde vive desde o início da década de 1970. Pinta, borda, escreve, desenha e performa. Desde 2018, explora os meios digitais e desenvolve uma série de desenhos, em especial mandalas. Patricia foi uma das primeiras integrantes do Atelier Gaia, na década de 1990.Sua primeira exposição aconteceu no Museu Nacional de Belas Artes, em 1999. Participou de diversas exposições além de ter colaborado com artistas contemporâneos como Gustavo Spiridião, o coletivo Almofadinhas, Pola Fernandez, François Ande, Val Souza, através do programa de residência artística Casa B.

@patriciaruth.arte

@patriciaruth785

TÉCNICA: ---

DIMENSÕES: ---

MATERIAIS: ---

ACERVO: ---

DATA: 26 09 2024

LOCAL: Rio de Janeiro


OBS.: 

1 - No Museu Bispo do Rosário, os artistas vinculados ao Ateliê Gaia participaram das exposições Play, curadoria de Marta Mestre e Fernanda Pequeno (2013) Sobrevivências: Sobre Vivências, com curadoria de Ricardo Resende (2017); Quilombo do Rosário, curadoria de Roberto Conduru (2018);Utopias: A Vida para Todos os Tempos e Glória, curadoria de Diana Kolker e Ricardo Resende (2019).


Os Artistas do Gaia também participaram de diversas exposições externas, desde as mais antigas no Museu de Belas Artes nos anos 90, com Leonardo Lobão e Patrícia Ruth, até as mais recentes como O Rio dos Navegantes, com curadoria de Fernanda Terra, Marcelo Campos e Pollyana Quintela, no Museu de Arte do Rio (2019); Constelar, com curadoria de Marcelo Campos, na Instituição Pro-Saber (2017), Exposição Lugares do Delírio, curadoria de Tania Rivera, no Museu de Arte do Rio (2017) e no SESC Pompeia (2018), entre outras.

1998 09 26 - MANCHETE 
http://memoria.bn.gov.br/DocReader/004120/306103

Também participaram de eventos e apresentações em parceria com universidades como à Veiga de Almeida, Estácio de Sá e UERJ. O Museu de Artes do Rio possui em seu acervo obras de Arlindo, Clovis e Luiz Carlos Marques, doadas pela curadora Tania Rivera. O Museu Afro em São Paulo possui obras de Arlindo. A Galeria Estação, de São Paulo também possui em seu acervo obras Clovis. Recentemente, Pedro Mota, um dos artistas integrantes teve sua obra estampando a coleção da marca de roupas paulista Psicotrópica. 

2 - Todas as peças estão a venda na Loja B

Contatos

(21) 3432-2402

contato@museubispodorosario.com

Endereço

Estr. Rodrigues Caldas, 3400 – Taquara, Rio de Janeiro/RJ - CEP: 22713-375

Dias e Horário de Funcionamento

Terça-feira a sexta-feira 10h às 17h.